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Ar Fresco

segunda-feira, novembro 28, 2005

Crise... compras... e livros

Cada vez me surpreendo mais com os nossos concidadãos. Quando se procura uma razão para os nossos miseráveis níveis de iliteracia há sempre várias razões apontadas, nomeadamente: falta de hábitos de leitura, falta de estímulos, por culpa do nosso sistema educativo, preguiça e o inveitável... preço dos livros.

Quando o Público e outros se dedicam à venda de livros por cerca de 5 euros, os leitores avidamente esgotam as tiragens, como que para comporem a sua biblioteca. Já que falamos dos que gostam de ter uma biblioteca lembro-me sempre da história (verídica) de um vendedor do Círculo de Leitores que ao fazer a sua ronda habitual para entrega e venda de livros reparou que uma cliente tinha os livros adquiridos anteriormente ainda envolvidos pelo plástico. Ao questionar a senhora, ela respondeu que era... para protegê-los do pó!

A minha surpresa maior advém do último estudo sobre hábitos de consumo, mais propriamente se vão gastar mais/menos este Natal, onde a esmagadora maioria dos portugueses respondeu que iria gastar menos. Mas o facto verdadeiramente estranho surge quando cerca de 64% dos inquiridos diz ir optar por livros, esses mesmos que anteriormente eram caros.

Ora das duas uma, ou os livros desceram assustadoramente ou então os portugueses estão habituados a comprar prendas muito caras. Ou seja, não há uma lógica nestas respostas, tendo em conta os queixumes anteriores.

Se, por um lado, me regozijo com esta alternativa que os portugueses encontraram, por outro, não consigo compreender como é que um livro possa ser uma prenda menor, a usar em último lugar e, claro (!?), em caso de crise económica.

Algo de estranho se passa neste país...

segunda-feira, novembro 21, 2005

Ágora (IX) - campanha(s) suja(s)

No meio de tanta lama, só Cavaco e Alegre têm mantido a serenidade e coerência. Os vis ataques a Cavaco só lhe dão força. Louçã e Jerónimo cantam muito, mas não "alegram". Já Soares parece demasiado desesperado...

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Nesta campanha tem valido tudo, desde os incidentes da ponte 25 de Abril, passando pelo erro nos Lusíadas, até à extrema tecnocracia "silenciosa" de Cavaco (nem o bolo-rei escapou...).

Por esta razão, dois factos desde já resultam:

- Louça e Jerónimo não fazem sentido nesta campanha, ora atacam Sócrates, ora atacam o Governo, ora atacam Cavaco. São dois fait divers tristonhos, que infelizmente nem sequer animam a eleição. Mais uma vez só aparecem nestas eleições devido à estrutura partidária que têm por detrás, como que a justificar um pouco o tempo de antena.

- Soares partiu para esta campanha com um único objectivo - derrotar Cavaco. Já aqui havia dito que era um mau ponto de partida. Só não sabia que ia valer (quase) tudo. E quando assim é não é surpresa o seu lugar nas sondagens.

Quem beneficia com esta campanha é Manuel Alegre (e Cavaco). Alegre também tem cometido os seus erros: votação no orçamento, candidatura pós-soarista, entre outros. Mas também tem sido o mais honesto (veja-se a última opinião sobre os poderes presidenciais...), o menos conflituoso e "sujo", sendo um candidato que verdadeiramente quer ser PR. E quanto a mim, o que tem o melhor perfil.

Muito se tem escrito sobre a crítica à bagagem cultural e humanista de Cavaco, e que a Esquerda reivindica para si a hegemonia cultural e humanista. Contudo, o mesmo tem acontecido do lado da Direita, quando reivindicam a hegemonia da técnica, da economia e do sentido prático (vs Romântico) da respectiva "ala". Quando se afirma que o futuro PR tem de ser economista, ou melhor, alguém que compreenda os desafios económicos que se avizinham, só se demonstra total desconhecimento sobre o nível de intervenção do PR sobre os agentes económicos, o Estado, os empresários que é (quase) ZERO. Só se demonstra que se desconhece o carácter REPRESENTATIVO e, com sorte, CONSULTIVO, da função presidencial. Ou a Direita quer secretamente alterar os poderes do PR ou está a mentir aos portugueses.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Ágora (VIII) - presidenciais: Cavaco

Cavaco o não profissional preparou a campanha durante 2 anos, tem uma óptima equipa de Marketing e segue o exemplo... de Sócrates.

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Desta má pré-campanha, aliás como nas últimas (desde 95), têm sobressaído vários estilos: o "pregador" de Louçã, a "cassete" de Jerónimo, a "crispação" de Soares, a "oratória" de Alegre e o "silêncio" de Cavaco. Esperemos que os debates que se aproximam tragam mais ideias e mais luz para este debate.

Concentrando-me agora em Cavaco. A sua entrevista foi pobre em ideias, tal como as restantes; e, simultaneamente, muito reveladora. Antes de tudo parece-me claro duas coisas:
- Cavaco quer aproveitar o avanço inicial através da gestão do discurso;
- Cavaco sente-se quase impotente com os actuais poderes presidenciais.

Durante quase toda a entrevista (para quem ainda se lembrar), Cavaco evitou os temas polémicos, evitou a discussão, precavendo a contradição com o passado. Mas durante toda a entrevista Cavaco também tropeçou muitas vezes no "eu vou fazer" para logo de seguida contrapor com o pseudopoder da palavra.

Cavaco não admite que com os actuais poderes, o cargo de PR é meramente representativo. E isso é que é frustrante para o candidato. A não assumpção desta realidade tolda o discurso de Cavaco, que tem de substituir os verbos de acção por palavras como confiança, incentivo, unificação, vontade, etc.
Portanto, quer-me parecer que a candidatura de Cavaco está a esconder uma possível alteração de poderes do PR.

A estratégia de Cavaco é semelhante à de Sócrates nas legislativas. Partir com avanço, gerir o discurso de forma a minimizar as perdas de confiança, e de intenção de voto nas sondagens. Depois o facto de ser o alvo fácil da esquerda, tem-lhe trazido grandes benefícios, por parodoxal que pareça.

Deste modo, com os actuais instrumentos à disposição de um PR e dado o perfil de Cavaco (mais primeiro-ministro) não o considero o melhor PR para Portugal. (se fossem legislativas talvez nem hesitasse).

quarta-feira, novembro 16, 2005

Political correctness (II)

Continuando o tema:
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Nesta entrada está muito bem explicado o termo, as derivações, as origens e as consequências.
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Contudo, o mais relevante do "politicamente correcto" é o facto de ter perdido a sua matriz original: proteger minorias da discriminação e ofensa, e ter passado a "superprotecção" das minorias, das potenciais e possíveis vítimas de todo o tipo de descriminação (social, económica, de mérito, racial, etc.).

Hoje em dia devido ao politicamente correcto, passou-se da utilização linguístico-ideológica de certos termos, para um discurso fortemente ideológico assente nos novos termos "correctos".

Deste modo, a protecção de minorias passou a imposição mediática por parte dos media e da maioria dos dirigentes políticos, que com paninhos quentes vão ilibando todas as agressões de que as maiorias são alvo, em função da defesa "politicamente correcta" das minorias, ou, nesta situação em particular, dos agressores.

Por mim, basta!

PS - Já a questão dos efeitos do politicamente correcto na linguagem são um bom objecto de futuro estudo neste blogue.

Political Correctness (I)

Pedro Caeiro, no excelente Mar Salgado aflorou já a problemática do politicamente correcto, nomeadamente acerca de um editorial sobre o caso francês. Isto levou-me a investigar um pouco as origens do termo e a deturpação e má utilização que tem vindo a ser feita acerca do tema. Eis um aperitivo:

Perhaps the most pervasive impact of political correctness on American culture came with regard to language. In an effort to show no disrespect for anyone, promoters of political correctness largely succeeded in reducing the number of offensive or inaccurate names used to refer to people. For example, descendants of historically oppressed groups are now called "Native Americans" instead of "Indians" and "African Americans" instead of "blacks." (...) Euphemistic language emerged (...) Examples include using the term "sanitation engineer" instead of garbage man, and "firefighter" instead of fireman. The mentally retarded or physically handicapped became "challenged." It also became politically correct behavior to recycle, to oppose wearing fur, and to accept homosexuality as an "alternative lifestyle." Though such language became the source of frequent jokes--short people became known as "vertically challenged," for example--its impact was far reaching.

In St. James Encyclopedia of Popular Culture, 2002 Gale Group, retirado daqui.

Para diferentes opiniões, artigos e papers sobre o tema ver, por exemplo, aqui.

quarta-feira, novembro 09, 2005

Ágora (VII) - presidenciais: mau presságio

Após as primeiras entrevistas aos candidatos (falta Cavaco) tem-se discutido muito o acessório e pouco o essencial. É de facto um mau presságio para os meses que aí vêm

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Durante as últimas entrevistas (vi apenas a de Jerónimo e a de Alegre, as outras li e ouvi apenas os ecos dos media) tem-se debatido muito as razões pessoais das candidaturas, a opinião sobre os adversários e pouco sobre o que pretendem como futuros presidentes, quais as ideias para lá dos "manifestos".

Jerónimo e Louçã sabemos que não querem ser presidentes, apenas querem um tempo de antena gratuito para discutirem tudo menos as presidenciais, para atacarem Sócrates, o Governo e, se houver tempo, Cavaco. No entanto, Constança Cunha e Sá não tem deixado de tentar jogar os candidatos da esquerda uns contra os outros, procurando os culpados de uma previsível derrota da Esquerda.

Mas o que mais me impressionou foi as constantes perguntas a Alegre sobre Soares, sobre o PS, se estava triste, se se sentia traído. Sobre as suas ideias e propostas nada! Alegre bem tentava, mas a entrevistadora apenas queria ouvi-lo sobre Soares. E isto provocou o óbvio – o sound bite que ficou foi: «Só senti o impulso de me candidatar depois do PS ter manifestado o apoio a Mário Soares.».

Perante a péssima entrevista, só poderia resultar isto. Contudo esta frase foi descontextualizada. Alegre disse que temporal e cronologicamente só se decidiu depois do apoio do PS a Soares. Mas a decisão não teve a sua génese na retaliação ou reacção a Soares, mas sim foi fruto da pressão da sociedade civil, de Esquerda, e também do PS, que ficou descontente com as opções de candidaturas à Esquerda. Alegre veio preencher uma lacuna à Esquerda. Não contra Soares, mas porque Soares, Jerónimo e Louçã não satisfizeram o eleitorado da Esquerda! Parafraseando Alegre: «Não é pecado? Pois não?»

Nota: É de lamentar que na apresentação da sua candidatura, Louçã tenha o desplante de se afirmar como um "não-candidato", não apresentado um programa presidencial, mas assumindo o uso do tempo de antena para promoção de si próprio, do seu partido e para críticas ao Governo. Ao menos podia ter disfarçado...

terça-feira, novembro 08, 2005

"Revolta" em França (II)

Considero-me de Esquerda, desde que me conheço, votei sempre na Esquerda, mas é com tristeza que oiço e leio os comentários da Esquerda sobre os mais recentes acontecimentos, Presidente da República incluído. Aliás, tirando poucas e expectáveis excepções, as reacções da Direita foram até bastante contidas e surpreendentes, no bom sentido.

A Esquerda
As reacções têm sido, de uma maneira geral, uma culpabilização do "papão" do neoliberalismo, da "má" globalização, das políticas "anti-sociais", das populações nativas dos países ocidentais e até do "Imperialismo" Ocidental, vivificado nos EUA (??!!).

Infelizmente, desde os ataques de 11 de Setembro, que grande parte da Europa e a Esquerda, em geral, assumem uma co-responsabilidade pela origem dos atentados. Os ocidentais têm culpa de qualquer tipo de retaliação religiosa ou nacionalista. Ultimamente qualquer acto cobarde de terrorismo e violência gratuita tem sido desculpabilizado pela Esquerda, pois a culpa é sempre dos outros. Exemplos: Bin Laden existe porque foi criado pelos EUA e os americanos criaram o ódio pela Oriente; os assaltos, assassinatos e outros crimes cometidos por imigrantes devem-se à falta de integração e ao racismo e xenofobia dos povos anfitriões;etc.

A Esquerda, tendencialmente, desculpabiliza os verdadeiros criminosos, arruaceiros e terroristas. Neste caso francês, a Esquerda não fugiu ao esperado e decepcionou-me.

A Direita
Globalmente têm evitado o "eu bem vos avisei". Tirando alguns excessos direitistas de resposta a violência, com mais violência e até de alguma xenofobia mal disfarçada, percebeu-se que o modelo social europeu tem de ser revisto. Que o cerne de todos os males não é o neoliberalismo, nem a globalização e que palavras como "integração" e "multiculturalismo" são muito mais fáceis de pronunciar do que pôr em prática.

A Direita tem vindo a fazer uma reflexão sobre as políticas de imigração, que a Esquerda nem quer sequer ouvir falar. A agenda política da Direita tem sido mais coerente, moderna e actual do que a da Esquerda que se tem agarrado a ideologias das décadas de 60-80 e estagnaram.

Finalmente, a Direita tem sido mais objectiva na avaliação dos incidentes. Julguem-se os culpados, e depois avaliem-se as causas. Agora não esperem que sejam justas, ao ponto de justificarem actos cobardes de "escumalha".

segunda-feira, novembro 07, 2005

Ágora (VI) - manifesto alegriano

Da apresentação de candidatura de Manuel Alegre ressaltam ideias de esquerda, num tom modernista. Critica-se a situação actual, mas também a necessidade de um pacto social que sustente os sacrifíos para se chegar à bonança

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A apresentação de Manuel Alegre mostrou um candidato que sabe as suas origens (esquerda), que confirma as suas convicções (republicano) e que sabe o que quer do futuro. Apesar das críticas implícitas ao Governo, à crise identitária e de valores, Manuel Alegre também propôs pactos com todos os intervenientes da sociedade.

De todo o seu discurso, gostaria de destacar os seguintes pontos:

Qualificação e cultura de inovação
"Não adianta diabolizar a globalização. Ela é inelutável, precisa de ser regulada, mas traz consigo novas oportunidades, que devemos saber aproveitar, como fizeram os países escandinavos. (...) Para tornar Portugal mais competitivo é preciso mudar o que faz mudar. E o que faz mudar é a qualificação das pessoas, a educação, a formação profissional, a cultura, a comunicação, a produção e divulgação científica, a inovação tecnológica."

Modernização da educação
"Uma cultura de inovação implica a democratização e a modernização do sistema educativo. Para tal é necessário revalorizar a escola pública, sem prejuízo da liberdade de criação de escolas particulares e cooperativas e do apoio ao seu desenvolvimento. Quero deixar clara a minha posição: não há modernização do sistema de ensino sem escola pública de qualidade. Não há democratização da educação sem ensino básico e secundário de qualidade. E não há melhoria do sistema educativo sem a participação, o empenhamento e a valorização social e profissional dos educadores e professores."


Por fim, o que realmente se destacou mais das restantes candidaturas foi, em relação a Soares, um discurso menos comprometido com o Governo (apesar de M. Alegre ainda pertencer à comissão política do PS e de ter estado presente e geralmente de acordo com os Governos de Guterres e Sócrates); em relação a Cavaco, apresentou um discurso mais realista, mais presidencial, não tão colado a um discurso de primeiro-ministro como Cavaco o fez.

"Revolta" em França

O que se está a passar em França neste momento é muito grave e não pode ser escamoteado.

Antes de tudo, convém deixar bem claro que a violência nunca pode ter nem causas justas, nem sequer atenuantes. Não pode ser desculpabilizada, nem imputável a quaisquer outros senão os que a perpetuam.

Após esta introdução, não esperem um texto desculpabilizador. Desmontemos as causas apontadas pela diversa comunicação social:

1) pobreza
2) religião - islamitas
3) imigração (mesmo a legal)
4) morte de dois jovens electrocutados
5) declarações do ministro

1) Se a pobreza e a falta de perspectivas num futuro melhor fossem uma razão defensável, imaginem como estaria o mundo. Problemas destes há em todas as sociedades e a maneira como os diferentes indivíduos lutam contra esta situação é que distingue o sucesso do insucesso; Por outro lado, se a pobreza fosse a verdadeira razão então o continente africano seria o maior "produtor e exportador" de terroristas do planeta.

2) Parece haver uma relação entre a nacionalidade e credos religiosos islamitas e a maior parte dos autores destes actos de violência, mas não há dados nem reivindicações que reforcem esta ideia, ou mesmo a noção de que esta é uma luta contra o estilo de vida Ocidental;

3) A imigração (muitas vezes ilegal) dá origem a estes bairros de comunidades semelhantes. Porém a crise conjuntural que a Europa vive provocou uma taxa de desemprego um pouco mais acentuada que afectou tudo e todos, incluindo aqueles que se dedicavam aos piores e mais duros trabalhos. Contudo, mesmo em França, o sistema da seg. social tem intervindo, excepto junto dos ilegais. O mesmo problema afectará os franceses nativos. Estes imigrantes não podem agora cuspir no prato onde comeram. Se em tempos de necessidade foram acolhidos pelos franceses; agora em tempo de crise têm de sofrer e "lutar" por um futuro melhor como os demais franceses.

4) Segundo pude identificar em diferentes media e bloggers, a morte dos jovens teria ocorrido quando estes fugiam da polícia. Ao que parece estes mesmos jovens haviam matado um cidadão francês. Ou seja, cometeram um crime e eram procurados por isso. Se o infeliz acidente ocorreu não foi por culpa da polícia e desconheço se havia no passado experiências de violência policial contra os imigrantes.

5) Ao que parece as declarações do ministro foram infelizes, mas acima de tudo foram descontextualizadas. Acredito que as palavras possam ter incendiado o clima, mas isso justifica onze noites seguidas(??!!) de tumultos e violência?

(continua)

sexta-feira, novembro 04, 2005

Manuel Alegre por A Destreza das Dúvidas

Tenho muita dificuldade em separar o Homem do Poeta. Ambos se interpenetram e se ajudam ou entreajudam. Ter um Presidente da República com um perfil destes, é um luxo, diferente da desesperança de outros que fazem da vida uma máquina de calcular, que subtrai em vez de somar, que divide em vez de multiplicar, em que tudo se resume à aridez de um número, de uma percentagem, de uma estatística gelada. (...)

Nenhum presidente vem resolver o problema económico do País. Não haja ilusões quanto a isso. Não é esta a sua função, nem a sua competência. Agora representar a Nação, como a Bandeira, isso, sim, já lhe pertence. E quer concordemos quer discordemos, só um a representaria na sua globalidade e profundeza cultural e histórica - Manuel Alegre.

Texto completo aqui (entrada "O poeta do país azul)!

quinta-feira, novembro 03, 2005

Apoio presidencial (pré-debates)

Este blogue apoia a candidatura de Manuel Alegre. Após a apresentação de todos os candidatos, até agora, e após uma cuidada reflexão este blogue optou pelo candidato da esquerda que mais consideração lhe merece.

As razões
  • Soares

Entrou na corrida com o objectido do contra: contra Cavaco, contra a direita, contra a inexistência de candidato da esquerda. Um candidato que se propõe para tanta oposição não poderá ser uma solução. Depois é um candidato que ainda vive das ideologias esquerda/direita; que quer dialogar com terroristas; que é anti-globalização... Não é deste tempo. Ainda está por explicar a verdadeira razão desta candidatura.

  • Cavaco

Não é o candidato da direita, é o candidato do centro. Tem o perfil ideal, é competente; apesar de próximo do PSD não se revê nesta direita e está temporariamente mais equidistante dos partidos; percebe de política económica e de finanças. Mas não lhe conheço ideias sobre a UE, EUA, guerra do Iraque, CPLP (ou seja, política externa), não lhe conheço as ideias sobre políticas educativas, culturais, etc. Em suma, tirando a economia ninguém lhe conhece as ideias.

  • Louçã e Jerónimo

Não me merecem comentários sequer. Não me pronuncio sobre candidatos que não querem ser presidentes.

Por todas estas razões apoio, até aos debates, a candidatura de Manuel Alegre. Porque tem e conhece os valores da pátria, é um político experiente com convicções, porque poderia representar bem Portugal, porque parte com poucos apoios, mas sinceros (sem o pragmatismo partidário). Porque para além de (bom) poeta, também sabe discutir outras matérias, porque não vai para lá para favorecer ou fazer oposição ao Governo, mas para ser Presidente.

PS - Espero que os debates sejam esclarecedores para definir a posição final deste blogue.